Entre as audiências do dia 10 de maio, o Papa Francisco recebeu a delegação agostiniana do Instituto de Educação Superior "Merrimack College", de Massachussets, Estados Unidos, que há quase 80 anos dedica-se à formação de jovens, inspirados no princípio agostiniano de cultivar o conhecimento para chegar à sabedoria.
Esta foi uma das audiências das quais o Frei Luiz Antônio Pinheiro, OSA, Prior Provincial e responsável pela Redeu Lius Agostinianos, participou durante sua visita à Cúria Geral, em Roma. Frei Luiz também esteve na audiência da Rede Internacional das Sociedades de Teologia Católica, na qual o Papa falou sobre educação como prioridade, as novas tecnologias, e diretrizes de desenvolvimento para a Teologia. Leia aqui.
Francisco propôs uma breve reflexão sobre a missão do instituto, destacando dois aspectos ligados entre si: educar os jovens para enfrentar os desafios e para crescer na solidariedade.
O Papa começou recordando as circunstâncias em que nasceu esse trabalho educativo fundado pelos padres agostinianos em 1947, ou seja, era dirigido aos soldados que regressavam da Segunda Guerra Mundial:
“É evidente que a estes jovens, veteranos de experiências traumáticas, testemunhas dos horrores da guerra, não bastava oferecer cursos acadêmicos: era necessário devolver-lhes sentido, esperança e confiança para o futuro, enriquecendo as suas mentes, sim, mas reacendendo também os seus corações e iluminando suas vidas; ou seja, era necessário oferecer-lhes, por meio do estudo e da comunidade escolar, um caminho de renascimento integral. Gosto de dizer: da mente ao coração, e do coração às mãos”.
E recordou então que os jovens de hoje se deparam com vários desafios, quer a nível econômico-financeiro, laboral, político, bem como ambiental e de valores, demográfico e migratório. Nesse sentido, é importante serem “ensinados a enfrentar juntos os desafios, sem se deixarem vencer por eles, mas reagindo para que cada crise, apesar do sofrimento, se transforme numa oportunidade de crescimento.”
E isso leva ao segundo aspecto, que é “crescer na solidariedade”. Para tal, recorda Bento XVI que na Carta Encíclica Spe Salvi, escreveu que “não é a ciência que redime o homem. O homem é redimido pelo amor.” Isto é – explica o Papa – trata-se de “formar novas gerações a viver as dificuldades como oportunidades, não tanto para lançar-se em direção a um futuro rico em dinheiro e sucesso, mas sim em amor, e assim construir juntos um humanismo de solidariedade”:
“Trata-se de ensiná-los a identificar e direcionar os recursos disponíveis, com um planejamento criativo, para modelos de vida pessoal e social marcados pela justiça e pela misericórdia, que tornem “aceitável e digna a existência de todos e de cada um”.
Papa Francisco afirmou que a globalização em curso “apresenta aspectos negativos, como o isolamento, a marginalização e a cultura do desperdício”. Mas ao mesmo tempo, porém, também tem aspectos positivos, “como a possibilidade de ampliar e engrandecer a solidariedade e promover a equidade, através de meios e potencialidades desconhecidas por aqueles que nos precederam, como vimos nos últimos tempos, por ocasião de desastres climáticos e guerras”:
“E é importante, no trabalho didático, orientar os alunos para esta capacidade de discernimento e de escolha, ampliando de forma ideal e prática os perímetros das salas de aula escolares, para chegar aonde “a educação pode gerar solidariedade, partilha, comunhão. Queridos amigos, esta é sua responsabilidade, e é grande, assim como é precioso o trabalho que vocês fazem. Abençoo-os e não se esqueçam de rezar por mim”.
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- Confira o artigo do Frei Luiz Antônio: O que é encontrar-se com o Papa?
Fonte: Vatican News
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