Aurélio Agostinho (Santo Agostinho de Hipona), nasceu em Tagaste, na África mediterrânea, no dia 13 de novembro do ano 354. Filho de Patrício, pagão e funcionário público, e de Mônica, profundamente cristã, que depois se tornaria santa. Teve um irmão chamado Navígio e uma irmã, cujo nome pode ter sido Perpétua. Foi romano de cultura, idioma e de coração, mas não de estirpe.
Conhecemos muito de Agostinho, primeiramente, através de seus próprios escritos, dos quais se destaca o livro “As Confissões”, obra de grande valor autobiográfico, filosófico, teológico, literário, místico e espiritual, na qual ele narra sua própria história de vida. Também na obra “Retratações”, escritas já nos últimos anos de sua vida (426-427), rica em informações documentais, teológicas e autobiográficas. Outra obra importante pela qual conhecemos Agostinho em seu ministério como Bispo de Hipona, foi escrita por seu amigo e biógrafo, São Possídio.
Aos dezessete anos vai a Cartago, onde Romaniano, amigo de seu pai, o ajudou com a manutenção dos estudos. Durante três anos se dedica ao estudo e à leitura de livros, entre os quais destaca-se o “Hortênsio” de Cícero, que o marcou profundamente, levando-o a um amor pela sabedoria. Desiludido com a leitura das Sagradas Escrituras, buscou os maniqueos, a quem pertenceu e seguiu por nove anos.
Aos vinte anos volta a Tagaste como professor, com uma mulher e um filho, Adeodato. retornando pouco depois para Cartago. Seguindo sua busca por fama dentro do Império Romano e alimentado por suas ambições, deixou a África e tornou-se professor em Roma e, a seguir, foi para Milão, onde ganhou a cátedra de retórica da casa imperial e desenvolveu a atividade de professor de retórica.
Agostinho sentia, apesar de tudo, seu coração vazio, inquieto. Não era feliz. Procurou a felicidade em muitos lugares, mas não a encontrava. Seu coração inquieto não achava a verdade e a paz que desejava. Sua mãe foi ao seu encontro em Milão e, com sua profunda vida de oração, animou-o a frequentar as pregações do bispo Santo Ambrósio.
Foi uma longa caminhada e luta para transformar seu coração, mas no mês de agosto de 386, meditando no jardim, ouve uma voz de criança que diz “Tolle et lege” (Toma e lê) e tomando as Cartas de São Paulo lê: “Não é nos prazeres da vida, mas em seguir a Cristo que se encontra a felicidade”. As dúvidas se dissipam e é neste momento que culmina todo o processo de sua conversão. Encontrando Deus no seu coração achou a felicidade, a paz e a verdade que procurava. No ano seguinte, na Vigília da Páscoa é batizado.
Agostinho decide voltar a Tagaste, para morar com seus amigos, e entregar-se inteiramente ao serviço de Deus por meio da oração e do estudo. Mas no ano 391, em visita à cidade de Hipona, buscando um lugar para instalar um mosteiro, foi proclamado sacerdote pelo povo e ordenado sacerdote pelo bispo Valério. Fundando um mosteiro viveu com uma comunidade de Irmãos, como sacerdote, monge, asceta e estudioso.
Quatro anos depois (395) foi sagrado Bispo da cidade, daí o nome com o qual é conhecido: Agostinho de Hipona. Deixando o mosteiro, que se converteu em um centro de formação que formou muitos sacerdotes e bispos para toda a África, foi viver na casa episcopal, fundando ali um mosteiro para os clérigos de Hipona. Se dedicou ao estudo das Sagradas Escrituras e dos Padres da Igreja.
Ele viveu em comunidade, tentando seguir o ideal das primeiras comunidades cristãs, na pobreza e na partilha (Atos 2,42-44). A comunidade eclesial de Hipona estava formada em sua grande maioria por pobres. Agostinho se fazia a voz destes pobres, falando por eles na Igreja, indo até as autoridades para interceder por eles e ajudando-os naquilo que podia.
Entre as funções que o bispo exercia estava a de administrar os bens da Igreja e repartir o seu benefício entre os pobres, também a de acolher os peregrinos, ser protetor dos órfãos e viúvas. Agostinho realiza todas elas como um serviço aos pobres e à Igreja. O bispo também exercia a função de juiz, tarefa que exerceu com objetividade, justiça e caridade. Também se ocupava da pregação aos sábados e domingos e durante a semana de atender ao povo em suas demandas. Cuidava da formação do clero, organizava os mosteiros masculinos e femininos, para os quais escreveu a Regra de Vida, administrava os bens eclesiásticos e visitava os enfermos.