De 1º de setembro a 4 de outubro, cristãos e cristãs nos seis continentes vão se unir no Tempo da Criação. Essa iniciativa acontece anualmente com o objetivo de refletir sobre o cuidado com a Casa Comum e incentivar novas formas de viver com a criação. O Tempo da Criação é um tempo de graça que a Igreja, no diálogo ecumênico, oferece à humanidade para renovar sua relação com o Criador e com a criação, por meio da celebração, da conversão e do compromisso conjunto.
O tema de 2021 é "Uma Casa para Todos? Renovando o Oikos de Deus", que nos relembra da teia integral de relações que sustentam o bem-estar da Terra. A palavra ecologia (oikologia) descreve as relações entre animais, plantas, organismos insensíveis e minerais, cada um desempenhando um papel vital na manutenção do equilíbrio, saúde e resiliência do ecossistema biodiverso em que vive.
As relações humanas também têm significado ecológico. As relações econômicas (oikonomia), sociais e políticas afetam o equilíbrio da criação. Tudo o que fabricamos, utilizamos e produzimos tem origem na Terra, seja de base mineral, vegetal ou animal. Nossos hábitos de consumo afetam a resiliência dos sistemas planetários e a capacidade da Terra de se curar e sustentar a vida. As relações econômicas e políticas têm efeitos diretos sobre a família humana e mais do que humana do oikos de Deus. Manter relações ecológicas, sociais, econômicas e políticas justas requer nossa fé, razão e sabedoria.
O Frei Paulo Henrique Cintra, OSA, religioso responsável pelo ilAli - Centro Agostiniano em Ecologia Integral nos apresenta a Oração do Tempo da Criação 2021 e nos convida a iniciarmos os nossos dias, durante esse período, com a prece.
Acompanhe a oração no vídeo abaixo:
Confira o artigo:
TEMPO DA CRIAÇÃO - Aleluia Heringer 01/09/2021
Há tempos que a forma linear como produzimos, extraímos, consumimos e descartamos não mais se sustenta. Agimos como descreve o relato bíblico que nos dias anteriores ao dilúvio, “comiam, bebiam, casavam-se e davam-se em casamento”. Podemos atualizar: iam para a escola, para o shopping, perfuravam poços de petróleo, se reuniam em congressos, derrubavam florestas, se reuniam em longos churrascos, batiam metas, até o dia em que a casa comum, cansada de gemer as dores do parto, convulsionou e não o perceberam, e vieram os eventos climáticos extremos, a perda da biodiversidade, a extinção das espécies, a crise hídrica, a elevação do nível do mar, a perda de safras, a seca, a erosão do solo e atingiram a todos, ricos e pobres. Países decretaram emergência climática, enquanto levas de imigrantes ambientais se deslocavam por terra e pelo mar. Os pobres e vulneráveis disputavam um copo de água e um pedaço de pão.
Esta descrição não é ficção científica, mas o retrato de uma crise socioambiental em curso de proporções planetárias. Gaia, a Terra Mãe, como um grande organismo vivo está se contorcendo e liberando toxinas e resíduos, engasgada com os gases poluentes. Como não estamos fora e acima da natureza, nos revolvemos juntos em seus movimentos violentos de contração e convulsão. A natureza tem princípios de organização capazes de gerar a vida, contudo, estão entrando em pane pela sobrecarga imposta por nós.
Onde estão seus guardiões, seus mordomos designados pelo Criador a cuidar dela? Até quando a Terra pranteará em seu luto? Perguntamos junto com o Profeta Jeremias (12:4).
(Do dia 01 a 04 de outubro, cristãos e cristãs, nos seis continentes, estão unidos no Tempo da Criação).
Ao longo desse mês, acompanhe mais informações e dicas sobre como reavivar os laços de conexão com a Casa Comum pelo perfil do Centro ilAli no Instagram: @centroilali e pelo perfil @provinciadaconsolacao .