Em Belém, estado do Pará, 102 Religiosos Irmãos, de 22 congregações, participaram, de 22 a 25 de setembro, do VI Seminário Nacional de Religiosos Irmãos, organizado pela CRB - Conferência dos Religiosos do Brasil. Oportunidade para refletir sobre a missão do Irmão em seus variados apostolados no percurso de toda sua vida.
Frei Leandro Santos de Carvalho, OSA, que participou representando a nossa Província, destacou que a realização dessa edição do evento, em Belém, foi importante "pois faz com que todos se perguntem sobre o papel do Religioso Irmão diante do contexto amazônico: desafios sociais, pastorais, eclesiais…."
Capital do estado do Pará, Belém foi fundada em 12 de janeiro de 1616. Aos 406 anos, é uma das cidades mais importantes da região Norte e está inserida no bioma amazônico.
Realizado a cada três anos, a primeira vez no Norte do país, o encontro foi contextualizado na dinâmica de enculturação amazônica, e teve como tema “No rio da vida o Irmão é missão fecundando o Reino”, e lema: “Os braços do rio vêm trazer a alegria”. Um “apelo da Igreja missionária que vai rumo à Amazônia”, segundo o irmão Edimar Fernando Moreira. O religioso carmelita, membro da equipe de organização, afirmou que “A Amazônia clama e a Igreja que vai respondendo”.
Um momento para identificar o que a Igreja e a sociedade pedem aos Irmãos hoje, buscando dialogar sobre seus desafios. De acordo com o Irmão Jardelino Menegat, um dos palestrantes do encontro, “o Irmão precisa cultivar a alegria, esperança e fraternidade, três elementos que entendemos como pilares para o religioso, porque as pessoas esperam ver no religioso um alento, alguém que cuida, que respeita, que valoriza, e a alegria, a esperança e a esperança, elas fortalecem essas atitudes que o irmão precisa ter”.
Durante a programação, os participantes partilharam experiências de vida, destacando o importante papel que desempenham na Igreja, com disponibilidade de servir o povo de Deus por meio do carisma, da atuação na educação, na saúde e tantas outras.
Dentro do caminho sinodal que a Igreja vive, onde “a sinodalidade é caminhar junto nas diferentes formas de ser seguidor de Jesus Cristo, nas diferentes igrejas, dentro da Igreja católica nas diversas identidades que se constituem historicamente”, o Frei Vanildo Zugno fez um chamado a “não se colocar numa estrutura hierárquica, mas numa estrutura circular e num caminhar junto”. Para o Coordenador da Formação Continuada da Conferência dos Religiosos do Brasil, “a palavra Irmão, diz exatamente isso, somos todos filhos do mesmo Pai, do mesmo Deus Mãe e todos nos sentimos dentro da mesma igualdade de Irmãos e Irmãs”.
No contexto da Ecologia Integral, o Irmão João Gutemberg Sampaio afirmou que “o irmão é chamado à fraternidade universal, mas essa fraternidade se conecta com todos os seres da Criação”. O secretário executivo da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM), fez um chamado a recuperar “a espiritualidade do Irmão de Assis”. Para isso ajudou a revisar a Laudato Si´ conectando-a com o Sínodo para a Amazônia, os sonhos da Querida Amazônia e as conversões do Documento Final do Sínodo.
A marca do evento, desenhada pelo irmão Luiz Carlos Lima, traz elementos da cultura amazônica: diferentes águas, uma forma de broto, sinal de esperança, de vida, de fraternidade. Ele citou as três pessoas que dialogam entre si, pessoas ao redor de uma mesa, mas também semente, coração, onde o vermelho é sinal das “pessoas que se entregam na defesa da vida e na fraternidade universal entre nós e com a Criação”.