A celebração na Praça de São Pedro marcou oficialmente o início do pontificado do Papa Leão XIV , no domingo, 18 de maio. Ele recebeu o Pálio papal e o Anel de Pescador e, relembrou seu antecessor Francisco e fez novos pedidos por paz.
O Papa saudou a todos “com o coração cheio de gratidão” e uma das frases mais célebres de Santo Agostinho: “Fizeste-nos para Vós, [Senhor,] e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Vós” (Confissões, 1,1.1), e prosseguiu sua reflexão:
“Fui escolhido sem qualquer mérito e, com temor e tremor, venho até vocês como um irmão que deseja fazer-se servo da fé e da alegria, percorrendo com vocês o caminho do amor de Deus, que nos quer a todos unidos numa única família”, sublinhou o Papa.
Destacou, ainda, as dimensões da missão que Jesus confiou a Pedro: amor e unidade.
Jesus recebeu do Pai a missão de “pescar” a humanidade para salvá-la das águas do mal e da morte. Esta missão permanece ainda hoje, de lançar sempre e novamente a rede e navegar no mar da vida para que todos se possam reencontrar no abraço de Deus.
Essa tarefa é possível porque Pedro experimentou na própria vida o amor infinito e incondicional de Deus, mesmo na hora do fracasso e da negação. A Pedro, portanto, é confiada a tarefa de “amar mais” e dar a sua vida pelo rebanho.
“O ministério de Pedro é marcado precisamente por este amor oblativo, porque a Igreja de Roma preside na caridade e a sua verdadeira autoridade é a caridade de Cristo. Não se trata nunca de capturar os outros com a prepotência, com a propaganda religiosa ou com os meios do poder, mas se trata sempre e apenas de amar como fez Jesus.”
Para isso, Pedro e seus sucessores devem apascentar o rebanho sem nunca ceder à tentação de ser um líder solitário ou um chefe colocado acima dos outros, tornando-se dominador das pessoas que lhe foram confiadas pelo contrário, deve servir a fé dos irmãos, caminhando com eles. “Irmãos e irmãs, gostaria que fosse este o nosso primeiro grande desejo: uma Igreja unida, sinal de unidade e comunhão, que se torne fermento para um mundo reconciliado”, sublinhou.
No nosso tempo, acrescentou o Santo Padre, ainda vemos demasiada discórdia, feridas causadas pelo ódio, a violência, os preconceitos, o medo do diferente, por um paradigma econômico que explora os recursos da Terra e marginaliza os mais pobres.
“E nós queremos ser, dentro desta massa, um pequeno fermento de unidade, comunhão e fraternidade. Queremos dizer ao mundo, com humildade e alegria: Olhem para Cristo! Aproximem-se Dele! Acolham a sua Palavra que ilumina e consola! Escutem a sua proposta de amor para se tornar a sua única família. No único Cristo somos um.”
“Irmãos, irmãs, esta é a hora do amor!”, concluiu o Papa, exortando a construir uma Igreja missionária, que abre os braços ao mundo e anuncia a Palavra. “Juntos, como único povo, todos irmãos, caminhemos ao encontro de Deus e amemo-nos uns aos outros.”
Informações: Bianca Fraccalvieri - Vatican News
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