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abr/23

Frei Luiz Antônio fala sobre os desafios de nossa Província em entrevista para a Cúria Geral

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Em entrevista concedida ao Escritório de Comunicação da Cúria Geral Agostiniana, o Frei Luiz Antônio Pinheiro, OSA, falou sobre os desafios de nossa Província, dentre eles, os relacionados à educação e às vocações, como uma oportunidade para continuar atualizando a mensagem de Santo Agostinho, especialmente aos jovens, que estão “famintos de sentido”. A entrevista foi realizada na Espanha, pelo jornalista Ricardo Morales Jiménez, Diretor de Comunicação da Ordem de Santo Agostinho.

Confira o conteúdo da entrevista:

Frei Luiz Antônio, quais seriam as principais frentes que o senhor tem que atender como prior provincial?

Para mim, o mais importante é o contato com os irmãos, estar junto com as comunidades, os priores e os coordenadores das diversas atividades apostólicas: do campo educativo à atividade missionária; passando pelas paróquias e pelos processos formativos. Queremos que os frades vivam a sua consagração religiosa com bom ânimo e entusiasmo. É por isso que estamos avançando para que a Província possa estabelecer seu caminho após a pausa que a pandemia causou para todos. Neste momento, nossa prioridade para este próximo quadriênio é criar as condições para que as vocações continuem florescendo, enfatizando a formação e promoção do estilo de vida agostiniano. O objetivo, apesar da pandemia, manteve-se e, queremos ir mais longe.

Recolhendo um pouco as palavras do Prior Geral, Frei Alejandro, na carta aos priores depois da Assembleia Geral de San Diego, como podemos trabalhar em unidade a partir da singularidade e autonomia de cada circunscrição?

Conhecer, ver e ouvir o outro. Acho que não há outro jeito. Para isso, é muito importante estreitar laços nos capítulos e assembleias, que são sempre uma oportunidade não só para trocar ideias, planos e projetos, mas também para ver como vivemos nossa realidade de agostinianos em comunhão. Devemos aprofundar o que o Papa Francisco nos diz sobre a “espiritualidade do encontro”, que não é nada diferente de viver a comunhão na comunhão. Acredito que assim conseguiremos a unidade a partir de nossas diferenças, necessidades e singularidades.

O Brasil, como muitos outros países da América Latina, está experimentando um crescimento de comunidades evangélicas. Num momento em que a Igreja nos pede para fortalecer a nossa fé e ao mesmo tempo promover o diálogo ecuménico, como é que a Ordem trabalha nesta temática neste território?

Existe uma frase atribuída a Santo Agostinho, mas que na verdade pertence ao historiador romano Terêncio que diz: "Homo sum, humani nihil a me puto alienum"(Eu sou um homem, nada do que é humano me é estranho). Acredito que as causas comuns da humanidade e a crise civilizacional que sofremos afetam a todos nós: católicos, evangélicos, ateus e agnósticos. Na nossa Província, no Brasil, temos uma desigualdade social muito forte, com altos índices de pobreza. Dentro das diversas realidades cristãs que se reúnem na Província, nós, como católicos, como agostinianos, devemos redobrar nossos esforços na missão da nova evangelização pelo diálogo. O cardeal Cantalamessa, pregador da Casa Pontifícia, nos disse que a cultura cristã foi assumida e dada como certa, mas a evangelização e suas implicações não. Sem Cristo, sem contato pessoal com Ele, o Cristianismo pode ser um código moral, uma ética valiosa para governar a própria vida, mas sem a experiência de Jesus não há enraizamento. Temos uma grande oportunidade de mostrar a beleza do Salvador. Ao mesmo chegaram os bispos da América Latina, que conhecem bem a realidade social e da Igreja no continente.

Nossas obras educativas têm voz nesse processo?

Claro que sim. Temos sete escolas na Província, sendo quatro unidades pagantes e as três unidades de obras sociais onde oferecem ensino gratuito de boa qualidade. Vamos manter o foco no diálogo, no respeito e sempre com a mão estendida para que eles cresçam em sua formação humana. Queremos que nossos mais de 9700 alunos, independentemente de onde venham, vivam nossos valores e os tornem seus. Para toda esta tarefa, a coluna deve continuar a ser o Evangelho e Jesus Cristo.

Como se enfrenta a “crise de resposta” ao chamado vocacional?

Os jovens têm fome de fazer uma experiência de sentido, de convivência amiga, de interioridade, de assumir a responsabilidade do sentido da história e de como Deus chama cada um de nós. Isso se conecta com a raiz do carisma agostiniano: querer dar vida a uma causa importante a partir da comunhão e do serviço.

A atualidade de Santo Agostinho, neste aspecto, é surpreendente. Toca os jovens que se atrevem a mergulhar na sua figura. É por isso que não devemos desistir do esforço de comunicar, para aproveitar a grande oportunidade que o mundo digital representa. Onde quer que os jovens estejam, nós temos que estar.

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