Diálogo entre as gerações, educação e trabalho são as três estradas que levam a um único caminho: a uma paz duradoura. Esta é a proposta do Papa Francisco para 2022, na Mensagem para o Dia Mundial da Paz que será celebrado no primeiro dia do novo ano.
Apesar de múltiplos esforços, aumenta o ruído ensurdecedor de guerras e conflitos, ao mesmo tempo que, ganham espaço doenças de proporções pandêmicas, pioram os efeitos das alterações climáticas e da degradação ambiental, agrava-se o drama da fome e da sede e continua a predominar um modelo econômico baseado no individualismo ao invés da partilha solidária.
Ao mesmo tempo em que a paz é uma dádiva do Alto, é também fruto de um empenho compartilhado. Por isso, o Papa Francisco destaca a “arquitetura” e o “artesanato” da paz, que diz respeito a cada um de nós.
A primeira etapa envolve o diálogo entre as gerações. De um lado, estão os idosos – os guardiães da memória -; de outro, os jovens, aqueles que fazem avançar a história.
No meio, solidão e angústia agravadas pela pandemia, o progresso tecnológico e econômico que acirrou as divisões, e as mudanças climáticas que põem em risco o futuro. O meio ambiente, “é um empréstimo que cada geração recebe e deve transmitir à geração seguinte. Mas sem as raízes, reflete o Pontífice, as árvores não crescem e não dão frutos. Por isso, é preciso incentivar o diálogo e voltar a recuperar a confiança entre todos”.
“Dialogar significa ouvir-se um ao outro, confrontar posições, pôr-se de acordo e caminhar juntos. Favorecer tudo isto entre as gerações significa preparar o terreno duro e estéril do conflito e do descarte para nele se cultivar as sementes da paz duradoura e compartilhada, destacou o Pontífice.”
Depois, a educação, como fator de liberdade, responsabilidade e desenvolvimento. “Instrução e educação são os alicerces de uma sociedade coesa, civil, capaz de gerar esperança, riqueza e progresso.”
O Papa expõe o paradoxo da diminuição dos investimentos no campo educativo e o aumento das despesas militares, com o mundo acumulando inclusive mais armas que no período da “guerra fria”. Por isso, o pedido é direcionado aos governantes para que invertam esta tendência, liberando recursos a serem investidos em áreas que promovam o desenvolvimento das pessoas.
Aliado a este empenho, o Papa pede mais esforços na promoção da cultura do cuidado, que pode se tornar a linguagem comum que derruba barreiras e constrói pontes. A proposta do Pontífice inclui um novo paradigma cultural, por meio de uma combinação educativo global e gerações jovens.
Enquanto a educação fornece a gramática do diálogo entre as gerações, na experiência do trabalho encontram-se a colaborar homens e mulheres de diferentes gerações. O trabalho é um fator indispensável para construir e preservar a paz, recorda o Pontífice.
A pandemia da Covid-19 agravou a situação do mundo, com milhões de atividades que foram à falência e trabalhadores precários cada vez mais vulneráveis, sobretudo os da economia informal, nos quais se encontram, por exemplo, inúmeros migrantes.
Atualmente, apenas um terço da população mundial em idade laboral possui um sistema de proteção social. Escravidão, violência e criminalidade organizada encontram terreno fértil. A resposta a esta situação, afirma o Papa, só pode passar por uma ampliação das oportunidades de trabalho digno.
Para o Papa Francisco, “é preciso unir ideias e esforços que levem também a uma renovada responsabilidade social para que o lucro não seja o único critério-guia. É preciso haver equilíbrio entre a liberdade econômica e a justiça social, como defende a doutrina social da Igreja”.
O Papa agradeceu as pessoas que se empenham na promoção da paz e faz um apelo aos governantes sobre as responsabilidades políticas, sociais e eclesiais para caminharmos, juntos, por estas três estradas com coragem e criatividade.
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NO DIA MUNDIAL DA PAZ, 1º DE JANEIRO, A CNBB CONVIDA PARA A PRIMEIRA JORNADA DE ORAÇÃO E MISSÃO DE 2022
A Jornada de Oração e Missão é promovida pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que sofre (ACN) desde abril deste ano, quando foi realizada, dia 1º daquele mês, a Jornada de Oração pelo Haiti.
A jornadaé um convite para rezarmos por todas as situações que pedem uma atitude orante, intercessora e semeadora de paz e de Esperança. Clique aqui e confira.