Na abertura das celebrações do Dia Nacional da Consciência Negra - 20 de novembro, promovida pela obra social Colégio Aiacom, do Rio de Janeiro, o frei Arthur Vianna e Eustáquio Gouveia, fizeram uma importante reflexão sobre o tema Diálogo social para uma nova cultura.
A transmissão foi mediada pela diretora do Aiacom, Cleidy Nicodemos, que contextualizou a data e ressaltou a importância da educação. E destacou que o Aiacom comemora o Dia Nacional da Consciência Negra há cerca de 20 anos, como um dia de luta e reflexão, e desenvolve o tema durante o ano todo. "É preciso se reconhecer e positivar esta ancestralidade. Criar elementos de uma educação emancipatória para que se possa transformar as realidade no individual e no coletivo".
Representante institucional do Colégio Aiacom e coordenador da área de educação da OALA - Organização dos Agostinianos da América Latina e Caribe, Frei Arthur Vianna disse que o Dia Nacional da Consciência Negra é uma data para pensarmos sobre como estamos vivendo a diversidade e lidando com a agressividade e o contexto de exclusão. E que é preciso repensar nossa forma de ver e entender o mundo. "Estamos em um país extremamente desigual, que acentua a desigualdade em suas relações e não de equidade".
Também falou sobre a importância da educação para entendermos e vivermos uma diversidade construtiva e criar vínculos com o diferente. "Participar da mesma Casa Comum quer dizer participar dos mesmos afetos, sermos capazes de nos compreender com linguagens diferenciadas, de vivermos a cultura do outro e o outro viver a nossa cultura, de termos empatia. Isso é o conjunto que forma a Ecologia Humana, a Ecologia Integral", disse.
O Frei Eustáquio Gouveia, Vice-presidente da Sociedade Inteligência e Coração (SIC), Ecônomo e Conselheiro da Província Agostiniana Nossa Senhora da Consolação do Brasil, lembrou que o Aiacom e uma referência na celebração desta data, que também é lembrada em todas as unidades educacionais da SIC. Também destacou que nossa instituição tem como patrono Santo Agostinho, um africano do norte da África, referência para a Igreja em todo o mundo.
Sobre a importância da data, disse que essa memória histórica é importante para refletir sobre tantos anos de escravidão e suas consequências.
"Será possível chegar na consciência humana quando entendermos a memória desse passado no nosso lugar de fala e de contribuição. Entender a nossa história e nosso itinerário. Importante lembrar que são mais 300 anos de escravidão com resquícios até hoje. A memória escravagista, do opressor está na memória do oprimido e a educação tem papel fundamental para trazer a libertação dessas consciências".
Frei Eustáquio também lembrou que a população negra ainda é a mais assassinada, a mais sacrificada e a menos reconhecida no mercado de trabalho. E que o Dia Nacional da Consciência Negra tem o papel de trazer para a nossa memória uma realidade que deve ser combatida para que se tenha um futuro mais promissor para esta população que é a maioria no país.
Assista ao vídeo aqui: