O som dos tambores e os cantos ecoaram no Vale do Jequitinhonha ainda mais forte, em louvor a Nossa Senhora, neste ano em que a Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, de Chapada do Norte/MG completa 200 anos.
A celebração, organizada pela Paróquia Santa Cruz e pela Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, é um símbolo de resistência de um povo que se orgulha em preservar, ao longo dos séculos, a cultura, a fé, a culinária e a identidade.
Realizada de 30 de setembro a 10 de outubro, a festa teve uma programação especial. Clique aqui e confira.
De acordo com Geni, Rainha do Congado de Nossa Senhora do Rosário, manter a tradição é uma maneira de não esquecer o passado sofrido de tantos que passaram por essas terras e deixaram suas marcas de diferentes maneiras. Em Chapada, o passado é sagrado. “Sempre esperamos pela festa de Nossa Senhora do Rosário. E festa do Rosário não é só no mês de outubro, é o ano inteiro!”.
Há dois séculos, a festa do Rosário conserva elementos de sua origem africana, como o congado, o tambor, a lavagem da igreja, a cachaça, o angu e os doces. E também traços europeus, como o levantar o mastro a cavalo que encena a batalha entre cristãos e mouros. Em maio de 2013, a festa foi declarada Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Estado de Minas Gerais, pelo IEPHA-MG - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. A primeira celebração no Estado a receber o título e a entrar para o calendário celebrações do IEPHA-MG.
“Estou muito feliz em poder realizar a festa, celebrá-la depois de um tempo muito sofrido de pandemia, dá uma alegria muito grande. A Irmandade nesses duzentos anos me deixa uma mensagem de amor, de fé, companheirismo e solidariedade”, disse Andréia Soares.
Saiba mais:
Fé, cultura e tradição: 200 anos da Festa de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos
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Colaboração: José Ricardo, pré-noviço agostiniano.