Fale com o animador vocacional

Artigos

16
mai/22

Vocação de Maria: princesa ou servidora?

Imagem
Imagem

Maria é apresentada pelo Concílio Vaticano II como peregrina na fé, mesmo que tivesse muitas interrogações em seu coração. Os evangelistas a apresentam como aquela que meditava tudo no silêncio, observando as Escrituras e ligando-as com a sua atualidade. Maria sempre teve que buscar a compreensão de tudo, pois ela não recebeu tudo já prontinho, e nem entendia os acontecimentos, mas, mesmo assim, buscou os desígnios de Deus nas contrariedades da vida.

A Mãe é mostrada muitas vezes como rainha e até mesmo como semideusa, mas ela não foi nada disso, pois foi uma mulher humilde que trabalhava pra ter o sustento de sua casa, cuidava de seus afazeres e também da educação de seu Filho. Sim, Maria foi a grande educadora de Jesus, pois tudo que ela acreditava e vivenciava foi transmitido a Ele e Ele reproduziu em sua missão. Assim foi a vida de Maria, nada de princesa, mãos delicadas e finas. Foi mulher de fé e uma pobre de Deus. Sua veste não era um manto, mas sim um avental.

Outra questão que é preciso observar na Mãe é que ela era uma mulher despojada, desapropriada, vazia, essencialmente, pobre e humilde. Era a “pobre de Deus”, mulher que não se sentia com direitos e é por isso que nenhuma dor e outras situações podiam desestabilizar uma pobre de Deus, como Maria. Ela era uma mulher invencível, forte e corajosa, senhora de si mesma. De tão forte que foi, ela manteve seu sim até aos pés da Cruz. Enquanto todos fugiam daquele horrível momento, ali estava a Mãe.

A vocação de Maria, de ser servidora por gratuidade, de ser Mãe de Deus, é por força e obra do Espírito. Porém, Maria precisou consentir que a obra amorosa de Deus se cumprisse nela. Um consentimento livre e repleto de desejo de vida. Uma resposta amorosa ao Amado. Um despertar para um caminho diferente, um itinerário salvífico. Por isso, comenta Santo Agostinho no Sermão 169,13 que “se você não quiser, não residirá em você a justiça de Deus. A vontade não é senão tua, e a justiça não é mais que a de Deus. A justiça de Deus pode existir sem sua vontade, mas não pode existir à margem de sua vontade ... Quem te criou sem ti não te salvará sem ti”.

Portanto, Maria não é rainha de manto, mas é serva, pobre de Deus, que por veste tem um avental e que nunca se cansou de dizer “Faça-se”, mesmo que não compreendesse o que estava acontecendo. Foi forte e corajosa a ponto de  manter-se em pé aos pés da Cruz. Foram muitas as suas preocupações, mas maior foi sua busca e peregrinação de fé.

Fr. Anderson Domingues de Lima, OSA
Assistente Espiritual das Fraternidades Agostinianas Leigas e responsável pela Comissão Provincial de Associações e Grupos Agostinianos.

-Texto publicado na coluna PRO-VOCAÇÃO do Jornal Inquietude On-line, edição abril/maio de 2022.

*REFERÊNCIA BIBLIOGÁFICA
LARRAÑAGA, Frei Ignácio. Oficinas de oração e vida. Quarta Sessão.

+ Mapa do Site

Política de Privacidade
Cúria Provincial Agostiniana Rua Mato Grosso, 936, Santo Agostinho Belo Horizonte - MG, 30190-085 +55 (31) 2125-6879 comunicacao@agostinianos.org.br

Fique por dentro de tudo o que acontece na Província. Cadastre seu e-mail para receber nossa Newsletter.