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01
fev/23

[Vídeo] Tenho uma boa notícia para você!

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“Eis que anuncio uma grande alegria para vocês!”

Foi dessa forma que o anjo Gabriel chamou a atenção dos pastores, para lhes transmitir uma boa notícia, destinada a todo o povo: “Nasceu para vocês hoje um Salvador, que é o Cristo Senhor!” (Evangelho de Lucas 2, 9-11).

Nós temos, infelizmente, recebido muitas más notícias ultimamente: a invasão e atos de vandalismo nas sedes dos três poderes em Brasília no início de janeiro; a denúncia do escandaloso descaso e omissão com a saúde dos Yanomami, caracterizado como um genocídio; o crônico desmatamento na Amazônia; a guerra na Ucrânia que já vai completar um ano; o conflito reacendido entre israelenses e palestinos, uma face da “espiral de violência” no Oriente Médio.

Como ficar insensível e impassível diante de tais situações?

Santo Agostinho, atento aos descalabros de sua época, formula uma espécie de “princípio da indignação ética”, como um termômetro para medir a capacidade de desenvolver a consciência moral e avançar na corresponsabilidade em prol da paz social: “Quem quer que considere com tristeza estas desventuras tão grandes, tão horríveis, tão desapiedadas, deve admitir-lhes a infeliz condição; quem, ao contrário, a sofre ou a julga sem tristeza da consciência, muito mais infelizmente se considera feliz porque perdeu o sentimento de humanidade” (A Cidade de Deus XIX,7).

A reversão da “espiral de violência”, sintoma da “crise civilizacional” pela qual passamos, uma “crise humanitária”, na expressão do Papa Francisco, só será possível se trabalharmos por uma “cultura da paz”. É necessário empenhar-nos na rotação de uma “espiral da paz”, que começa em cada coração, no contato com cada pessoa, no seio da família, nos ambientes de nossos estudos, trabalhos, nos espaços de nossa convivência. Assim, de acordo com a eficácia da semente caída na terra, vai, a seu tempo, produzindo frutos na sociedade, no mundo, nos rumos da história.

Diante dos cenários de ódio, violência, barbárie, somos convidados a andar, com Jesus de Nazaré, na contramão. É viver o espírito das bem-aventuranças; “Felizes os mansos, porque herdarão a Terra. Felizes os aflitos, porque serão consolados. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” (Evangelho de Mateus 5, 4-9).

Em grego, “anjo” e “evangelho” são palavras que têm a mesma raiz, ánguelos e euanguélion, e significam, respectivamente, mensageiro e boa notícia.

Iluminados e inspirados pela boa notícia que nos traz Jesus, aliás, Ele é a boa notícia sempre antiga e nova, “a beleza tão antiga, beleza tão nova” que tarde Agostinho diz ter descoberto e amado, possamos também cada uma, cada um de nós, sermos anjos e ‘anjas’, mensageiros e mensageiras de uma boa notícia. Sejamos, em cada encontro, em cada situação, em todos os lugares, uma boa notícia!

- Artigo do Frei Luiz Antônio Pinheiro, OSA, publicado na coluna Reflexão, do Jornal Inquietude On-line, edição de janeiro de 2023.

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