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26
mai/21

Biofilia em tempos de pandemia: O contato com a natureza e a manutenção da saúde

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O termo “biofilia” foi popularizado pelo ecólogo americano Edward O. Wilson na década de 1980, com a publicação, em 1984, de um livro de mesmo nome. “Biofilia” vem do grego bios, que significa “vida”, e de philia, que significa “amor, afeição ou necessidade de satisfação”. Literalmente, biofilia é o amor pela vida.  

Em sua obra, Edward fala sobre a ligação emocional que os seres humanos têm com outros organismos vivos e com a natureza. O termo, então, designa essa ligação emocional, o desejo instintivo de se afiliar a outras formas de vida, o qual, conforme ​Wilson, está em nossos genes e se tornou hereditário. No contexto da atual pandemia, qual é o conceito por trás desse termo e por que o isolamento ou distanciamento social trouxeram a necessidade ou a retomada de as pessoas se relacionarem com a “natureza” personalizada em animais de estimação e/ou plantas que foram anteriormente “domesticadas”?  

Ficamos isolados em casas, apartamentos, com paredes frias, contatos virtuais por meio de plataformas tecnológicas que não transmitem perfumes, calor, emoções de toque, vibrações. Daí a nossa reaproximação com a natureza. Algumas pessoas buscaram esse reencontro no contato com animais, os famosos “pets”. Porém, as dificuldades enfrentadas no despreparo para conviver com um animal não humano, as exigências de cuidado e as limitações de permissão em ambientes residenciais, como condomínios, casas sem quintal, levaram sem dúvida nenhuma a uma busca por outra área da natureza, as plantas. 

Espécies “domesticadas” em vasos, cachepôs, xaxins e outros recipientes trouxeram alegria, trocas e recargas de energias, justamente com os seres que iniciam o processo de fluxo de energia em nosso planeta, as primeiras a “traduzir” a energia do sol em energia química, em vida. As tão amadas plantinhas chegaram como terapeutas emocionais e mentais. A alegria do cuidado, o contato com a terra, com a rega, com a mudança promovida no ambiente vêm sendo um refrigério para todos.  

Algumas plantas ganharam nomes, receberam lugares de destaque nos apartamentos, nas casas. Passaram a ocupar espaços internos e externos, a conviver com a intimidade das pessoas. Os cuidados com as plantas trouxeram memórias emocionais ricas e extremamente saudáveis. Embora a tendência sejam as famosas “suculentas”, pouco exigentes, elas remeteram as pessoas aos cuidados que os avós tinham com as famosas samambaias, plantas que faziam parte das famílias, com quem eram compartilhados diálogos, cuidados, irrigações diárias, como quem trocava confidências com um amigo ou amiga. 

Que essas conexões da biofilia continuem nos trazendo saúde e, mais ainda, que sirvam para nos despertar sobre a necessidade de cuidado com todos os seres vivos. Sobretudo, que promovam uma redescoberta da consciência ambiental do zelo, da manutenção e da preservação da vida. 

Com esse sentimento, podemos dar outra interpretação para a música “Jardim da fantasia”, de Paulinho Pedra Azul. Fugindo da “lenda” da interpretação do povo, podemos utilizar o conceito de biofilia para uma nova interpretação e interação com o grande jardim, a nossa essência, a nossa paz, as bases do DNA que nos completam. E, assim, buscar a paz, a tranquilidade e a saúde, principalmente em tempos de pandemia.

“Bem te vi, bem te vi. Andar por um jardim em flor. Chamando os bichos de amor. Tua boca pingava mel. Bem te quis, bem te quis. E ainda quero muito mais. Maior que a imensidão da paz. Bem maior que o sol. Onde estás? Voei por este céu azul. Andei estradas do além. Onde estará meu bem? Onde estás? Nas nuvens ou na insensatez. Me beije só mais uma vez. Depois volte pra lá.”...  

Sem regras, sem engessamento, sem a arquitetura da biofilia: compartilhe momentos com a natureza, permita-se a entrega e o envolvimento com a terra, com a água, com as plantas, com os animais. Viva com simplicidade! ​​​

José Anselmo da Silva Júnior
Professor do Colégio Santo Agostinho - Unidade Contagem

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