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07
set/21

A mudança como propósito de nossas vidas

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O tempo avança a cada dia mais e sempre solicitando que tomemos partido diante das realidades da vida. Faz-se necessário assumir a nossa responsabilidade como partícipes da criação divina nos pequenos gestos da vida. E isso se concretiza no desejo de mudança que nos auxilia na construção de um mundo de justiça e de paz. E, mais importante ainda, um lugar de encontro com os irmãos.

Santo Agostinho nos ajuda a fazer essa reflexão desde o exemplo da sua própria vida. A sua conversão é sinal de que a mudança é possível no coração da humanidade. A proximidade com Deus nos solicita uma nova forma de ver a vida e de nos posicionarmos frente a mesma. “Frequentemente duvido de minha consciência, mas estou sempre certo da misericórdia de Deus.” (Santo Agostinho in Contra a Carta de Petiliano 1, 4) Assim, na certeza da ação misericordiosa de Deus, Agostinho coloca as suas reflexões – sentidos e sentimentos – sobre a realidade humana em constante dúvida para que possa, lentamente, abrir-se aos apelos divinos.

O mundo atual está centrado no cumprimento do desejo individual dos seres humanos. Ou seja, a partir do atendimento às vontades individuais, as pessoas se movem de tal modo a serem autorreferentes às coisas do mundo. Dessa forma, a mudança, que somente acontece quando sou capaz de conviver, ao longo da vida, com as diferenças existentes no mundo e no outro, torna-se cada vez mais difícil.

“Na peregrinação desta vida, cada homem conduz seu próprio coração e é conduzido por ele. Contudo, não faz sentido um coração que esteja fechado aos demais.” (Santo Agostinho in Comentário aos Salmos 55, 9)

O coração, sede de nossas vontades e motivações, realiza-se na possibilidade de se relacionar com outro coração. É por isso que devemos estar dispostos a esse movimento baseado no reconhecimento de um outro que nos pede uma mudança concreta diuturnamente. Até mesmo porque a própria vida nos impulsiona a mudanças constantes, quer estejamos dispostos a esse propósito ou não.

“Os tempos, por sua natureza, são mutantes e fugazes. Más só se tornam maus pela malícia ou pela miséria humana. Dado que a miséria é patrimônio comum de todos os homens, tratemos, ao menos, de evitar a malícia em nosso coração. Desta forma, nossos tempos serão um pouco melhores.” (Santo Agostinho in Sermão 167,1)

Então, este passa a ser o nosso objetivo: a mudança como propósito de tempos melhores. Sobre cada um de nós se encontra a misericórdia de Deus. Depende de cada um de nós comprometermo-nos para que nossa ação no mundo seja transformadora em todos os sentidos. Somente assim continuaremos a nossa participação na criação divina e manteremos acesa em nossos corações a certeza de uma vida plena para Deus e com os outros da nossa sociedade contemporânea.

Frei Arthur Vianna Ferreira, OSA
freiarthur@ymail.com
* Publicação: coluna Fala Agostinho - Jornal Inquietude On-line, de setembro de 2021

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