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17
dez/22

A justeza de José: pra fazer o Natal acontecer todo dia!

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Neste 4º Domingo do Advento, somos presenteados com a narrativa das origens de Jesus, na ótica de Mateus. Fazendo um contraponto à narração genealógica de Lucas, onde o mistério da encarnação reside na resposta de Maria, a comunidade mateana põe como protagonista José. Levando em consideração que o texto do Evangelho de Mateus está inserido em um momento onde se tem a necessidade de firmar a identidade judaica, devido aos conflitos com a comunidade judaico que levou à expulsão dos cristãos do convívio religioso com os judeus, pelo concílio rabínico farisaico de Jâmnia. Desse episódio em diante, a comunidade cristã nascente busca resposta à pergunta que acompanha o desenrolar da literatura do evangelho de Mateus: “nós ainda somos o povo de Deus?" O autor sagrado demonstra vasto conhecimento da Torá, revelando sua possível origem rabínica, e atribuindo a Jesus as promessas do Antigo Testamento. Para Mateus não é mais necessário guardar o segredo messiânico pois o Messias esperado já está entre nós.

Mas, voltando nossa atenção para o texto de Mt 1,18-24, a palavra que deve primeiramente saltar aos nossos olhos é o adjetivo justo, atribuído a José. Para Mateus, justiça e lei não são sinônimos, pelo contrário, por ser justo José subverte a lei de repudiar publicamente Maria por estar grávida antes da consumação do casamento. Mas pensa ele fazer isso em segredo. Agir assim não revela um José covarde, mas como aquele que confiando em sua esposa, entende que este era o melhor modo de preservar a vida dela e do menino; isso porque o casamento judaico era realizado por etapas e mesmo que o filho fosse de José, ainda assim, Maria seria condenada por não ter consumado publicamente o casamento com ele, como era costume entre os judeus.  Depois, o texto nos mostra a necessidade de estar atento aos sinais que são voz de Deus para nós. Assim realiza José o plano divino, na obediência e na resposta ao chamado de Deus que o impele a acolher Maria e o menino. De fato, sem a figura de José, Jesus não poderia estar alinhado à genealogia davídica e sem a figura de Maria não se realizaria a descendência divina.

A história da Igreja está permeada por homens e mulheres que a exemplo dos pais de Jesus colaboraram para a concretização e a realização do Reino e da promessa messiânica. Desde os primórdios, os cristãos subvertiam as leis do templo, dos reis e imperadores para professarem sua fé. Tão belos exemplos nos são a vida de Santa Bárbara e Inácio de Antioquia, que não temeram dar a suas vidas em prol da promessa evangélica; e mesmo nos nossos tempos, levantam-se mulheres e homens que são exemplos de subversão às injustiças, como Irmã Dorothy Stang e Dom Oscar Romero. Em um mundo cercado pela violência, desigualdade, desamor, fome, guerras e as mais diversas injustiças, precisamos nos motivar e desafiar a nós mesmos a fazer o que nos lembra a canção de Natal: “fazer com que fosse Natal todo dia.” Assim colaboraremos para que se presentifique o Reino de Jesus em um mundo que se esqueceu Dele. Que a justeza de José à voz de Deus, nos ajude a desempenhar essa missão!

Gabriel Ferreira Bento
Formando agostiniano

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