Na atual conjuntura, o sistema econômico e político neoliberal, lançando suas influências sobre a cultura, faz crescer uma contra utopia do status quo que mergulha o ser humano numa apatia generalizada, negando a este qualquer alternativa de transformação da realidade. Não se tem mais utopias e a esperança parece haver morrido. No entanto, ainda é possível encontrar algumas forças utópicas que insistem em resistir e, dentre elas, a própria mensagem cristã, que desde sua perspectiva escatológica, quer ser uma palavra de esperança para o homem e para o mundo. Todavia, historicamente, percebe-se uma série de deslocamentos da reflexão escatológica e a sua estagnação como um mero tratado teológico que versa, muitas vezes fantasiosamente, sobre o fim da pessoa e do mundo. Não obstante, a redescoberta da escatologia pela teologia contemporânea, sobretudo as contribuições de Jürgen Moltmann, em sua obra Teologia da esperança, nos oferecem uma nova compreensão da escatologia cristã, que entendida na ótica de uma esperança ativa, é capaz de iluminar nossa pastoral e lançar nossas comunidades e a cada um de nós em projetos de transformação da história.
Frei Tailer Douglas Ferreira