A Província Matritense, fundada no Mosteiro Real de El Escorial, na Espanha, em 1895, oriunda da missionária Província das Filipinas, sempre trouxe consigo o germe missionário. A passagem pelo Escorial de um sacerdote galego que trabalhava no Brasil, despertou o interesse para abrir uma missão nas terras brasileiras. Também favoreceram este intento as circunstâncias históricas em que vivia a Província Matritense naquele momento.
A situação de conflituosa da Espanha no final dos anos 20, também contribuiu para o envio de alguns religiosos para o Brasil, no período 1929-1933, com o intuito de preservar as jovens vocações.
Efetivamente, essa foi uma decisão acertada, como se comprovou alguns anos depois, quando eclodiu a Guerra Civil Espanhola (1936-1939), que levou à morte muitos religiosos agostinianos. Dentre eles, o Beato Frei Manoel Formigo Giraldes, OSA, um dos pioneiros dos agostinianos do Escorial no Brasil.
Inicialmente, os religiosos marcaram presença nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, onde assumiram a direção de paróquias, seminários e pequenos colégios. Constituiu-se então uma Comissaria Provincial, com casas no Brasil, Argentina e Uruguai. Após a Guerra Civil Espanhola, foram fechadas várias obras no Brasil e as da Argentina e Uruguai, permanecendo apenas as casas de Marechal Hermes e Engenho Novo, no Rio de Janeiro, e de Belo Horizonte, onde se fundou em 1934 o Colégio Santo Agostinho, símbolo do ideal educativo que viria marcar decisivamente nosso trabalho evangelizador.
De 1969 a 1983, nossa circusncrição participou de um projeto de formação com todos os Agostinianos do Brasil, quando se constituiu Federação dos Agostinianos do Brasil (FABRA).Devido a várias injunções, não foi possível levar a cabo esse projeto. A partir de 1983, por determinação do Capítulo Geral, o então Vicariato Matritense passou a afiliar os professores brasileiros, tornando-se o esteio da formação agostiniana no Brasil, com o compromisso de trabalhar para a formação da tão sonhada Província Brasileira.
O processo iniciado no final de 1983, conhecido como o “Novo Grupo”, trouxe vitalidade ao Vicariato Matritense, que já iniciara uma época de transformações, na década de 1970, com o incremento da atividade educacional, quando se abriram novas unidades do Colégio Santo Agostinho. Desde os inícios da década de 1970, realizaram-se assembleias vicariais duas vezes ao ano, as quais deram um novo impulso à vida vicarial, em termos de espiritualidade, convivência, participação e corresponsabilidade em todas as decisões, ao mesmo tempo em que se promovia uma maior inserção na vida eclesial, de acordo com as orientações da Igreja na América Latina e no Brasil.
A Sociedade Inteligência e Coração (SIC), fundada em 1937, passou efetivamente a funcionar como entidade civil do Vicariato. De capital importância foi a abertura da missão na Prelazia de São Félix do Araguaia, no Estado do Mato Grosso (1980), que sinalizou um grande passo em direção à opção pastoral da Igreja latino-americana.
Ao assumir, em 1983, a formação como sua prioridade, O Vicariato reafirmou a importância de modular, animar e orientar sua vida pelas assembleias vicariais, realizadas duas vezes ao ano. Com o total apoio da Província Matritense foi crescendo e conquistando a sua autonomia, caminhando com esperança, como uma “comunidade de amigos e irmãos a serviço do Reino de Deus”.
Em 5 de fevereiro de 1988, oficialmente mudou o seu nome para Vicariato Agostiniano de Nossa Senhora da Consolação do Brasil, com o propósito de assinalar uma nova etapa em sua história. Procurou frutificar, dessa forma, o carisma agostiniano em terras brasileiras, definindo suas obras nas várias direções que hoje configuram seu trabalho missionário – evangelizador: casas de formação, escolas, paróquias, assistência social e promoção humana.
No dia 16 de setembro de 2019, o 186º Capítulo Geral da Ordem de Santo Agostinho aprovou a criação da Província Agostiniana Nossa Senhora da Consolação do Brasil.
A inquietude e o desejo de evoluir fazem parte desses quase 90 anos de presença da nossa Província no Brasil, desde a chegada dos primeiros frades agostinianos que vieram da Espanha.
O labor em nossas casas de formação, a vitalidade de nossas paróquias, o profetismo de nossas frentes missionárias e nossa imersão nas periferias testemunham a força do nosso carisma. Hoje já somos uma rede, a Rede Lius Agostinianos. Seguimos crescendo e evoluindo com inúmeras ações!