Desde o ano passado, com a eclosão da pandemia do coronavírus, insistimos que este tempo desafiador em que vivemos, além do aspecto avassalador, deve ser visto também, apesar de tudo, na perspectiva da esperança. Por isso, acompanhando as mensagens de nosso Prior Geral, muitas vezes repetimos que também estamos no “Tempo da Esperança!”
O Papa Francisco sempre nos provoca para “primeirear”: sermos os primeiros na escuta, na acolhida, na misericórdia, no perdão. Devemos promover uma espiritualidade do encontro; mais que muros, devemos construir pontes. Sem medo de avançar, assumir riscos criativos e trilhar novos caminhos, abrir novas estradas, principalmente no coração das “periferias existenciais”.
Um dos frutos da esperança é a capacidade de sonhar! Isso mesmo!
Chamou-me a atenção o Editorial de um informativo agostiniano espanhol, “Misiones Agustinianas”, cujo título é exatamente este: Volvamos a soñar! (Voltemos a sonhar!), do qual reproduzo algumas frases do Papa Francisco.
“Há vida depois das crises. Há vida depois da Covid.” E ele se pergunta: “O que podemos fazer? O que Deus nos pede neste tempo?”. E responde: “Podemos começar a sonhar uma mudança real, uma mudança possível”. E propõe que “para sonhar um mundo melhor devemos escolher que, sobre o individualismo, prevaleça a irmandade, como nosso princípio organizativo”.
É verdade que às vezes os sonhos se arrebentam como bolhas de sabão e que nem sempre conseguimos reavivá-los. Mas não devemos jamais perder a esperança e lutar sempre para que os sonhos se tornem realidade. Já dizia o refrão de uma antiga música de animação das comunidades de fé: “Sonho que se sonha só pode ser pura ilusão; sonho que se sonha juntos é sinal de solução. Então vamos sonhar, companheiros, sonho de irmãos, sonhar juntos em mutirão!"
Uma vez mais, o Papa Francisco nos recorda a promessa de Jesus: “Eis que estarei convosco todos os dias até o final dos tempos!” (Mt 28,10). E arremata: “Não estamos sozinhos. Por isso, não devemos temer entrar na noite escura dos problemas e dos sofrimentos. Confiamos que o Senhor nos abrirá portas onde nem sequer imaginamos que pudessem existir”.
Portanto, não percamos jamais a esperança: voltemos a sonhar sonhos de fraternidade, solidariedade, amor e paz!
Frei Luiz Antônio Pinheiro, OSA
Prior Provincial
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