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05
jul/21

Os jovens, símbolos de uma Igreja que se renova

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São precisamente os jovens que podem ajudá-la [a Igreja] a se manter jovem.” (Christus Vivit 37)

Antes de tudo, os jovens são o termômetro de mudança. Em qualquer época histórica e em qualquer lugar do mundo, os jovens são a parte da humanidade mais desejosa de preencher de sentido e valor a própria vida, mas também de preencher de beleza e bem-estar a comunidade na qual vivem. A juventude é o lugar psicológico dessa busca de sentido do verdadeiro e do belo, dentro e fora de si. Cada geração é jovem à sua maneira e nenhuma chega a ser igual àquela que a precedeu (de seus pais ou avós). O novo sempre vem. E isso em todos os níveis, incluindo o espiritual e o religioso. É por isso que uma certa transmissão de significado e valor, antes eficiente e espontânea (de pai para filho), não é mais eficaz, mas deve ser adaptada às diferentes antropologias das novas gerações. É uma novidade a ser entendida antes de ser julgada, que deve ser ajudada e incentivada a emergir e a se tornar consciente do que pode ser.

É necessário considerar, também, a influência da juventude na permanente novidade e jovialidade da fé (lugar teológico). Nesse sentido, a geração jovem sinaliza à Igreja que uma certa modalidade de transmissão da fé não é mais atraente. A fé é resposta a Deus que faz novas todas as coisas (Ap 21,5) e que não se repete. Trata-se da fé em um Deus presente, mas nem sempre visível, marcada, às vezes, pelo sentimento de ausência e silêncio. É sempre o mesmo Deus Pai de Jesus Cristo, mas que estabelece com o ser humano, concreto, em suas vicissitudes um relacionamento inédito em função de uma revelação de si e do seu rosto inevitavelmente novo, e que a pessoa deveria saber acolher e reconhecer. A nova geração jovem está, por sua própria natureza, mais propensa a essa novidade. Sente dentro de si os pontos de interrogação e as expectativas, e, portanto, adverte sobre a necessidade de uma nova maneira de acreditar, como algo que só pode enriquecer o sentido e a beleza da fé, enquanto passa por um desafio e uma busca contínua. Certamente esse processo é muito mais saudável e mais frutífero se for feito em conjunto, dialogando com a geração anterior.

Do ponto de vista sociológico, os jovens desta geração parecem indicar o enfraquecimento de um cristianismo meramente sociológico, ou seja, daquele transmitido de geração em geração. Eles são a primeira geração incrédula que vive tranquilamente sem a dimensão da fé. Provavelmente teremos, de fato, um cristianismo escolhido livremente como norma de vida. Chegaremos à fé pela conversão e pela convicção pessoal, e não pela convenção social. A adesão da fé será proposta à pessoa por meio de um caminho individual e será cada vez menos transmitida mediante um sistema de conservação de pai/mãe para filho/filha. As comunidades cristãs serão pequenas comunidades, baseadas mais nas relações interpessoais do que nas estruturas da organização. O cuidado pastoral nascerá do confronto real com a vida, e não da simples transmissão de algo que apenas se repete e se conserva. Vamos em direção a uma perspectiva que pode ser muito promissora em vista de uma nova vida e uma fé mais autêntica.

Portanto, é preciso ir além da impressão de que a geração atual seja apática, indiferente ou incrédula. Estamos diante de uma graça e um desafio, seja para a Igreja, seja para o mundo juvenil. Devemos ser uma Igreja que gera, que se deixa fecundar, que se deixa renovar justamente naquilo que a constitui no seu ser, na sua fé. Nessa perspectiva, os jovens poderiam ser esse elemento fecundo e, ao mesmo tempo, o fruto dessa geração que continua imprescindível no tempo e que regenera a própria Igreja. Com o Sínodo de 2018, a Igreja sai em direção aos jovens e caminha com os jovens, confiando-lhes a tarefa de ajudar no seu renascimento.

COMISSÃO EPISCOPAL PASTORAL PARA OS MINISTÉRIOS ORDENADOS E A VIDA CONSAGRADA. Vocação e discernimento: documento final do 4º Congresso Vocacional do Brasil. Brasília: Edições CNBB, 2020, p. 28-30 (nn. 43-46).

Frei Tailer Douglas Ferreira, OSA
Promotor Vocacional
*Texto extraído do documento final do 4º congresso Vocacional, para a coluna PRO-VOCAÇÃO do Jornal Inquietude On-line, de julho de 2021

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