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06
jun/23

Discípulos missionários, alma do mundo!

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A 5ª Conferência do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada em 2007, em Aparecida/SP, cujo tema foi “Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida”, recordou-nos a todos nossa vocação de discípulos missionários. O Papa Bento XVI, já em seu Discurso Inaugural, apontava nessa direção: “A Igreja tem a grande tarefa de custodiar e alimentar a fé do Povo de Deus, e recordar também aos fiéis deste Continente que, em virtude de seu batismo, são chamados a ser discípulos e missionários de Jesus Cristo”. Daí que o 3º Ano Vocacional do Brasil traça como um de seus objetivos específicos “FORTALECER a consciência do discipulado missionário de todos os batizados e batizadas, levando-os a reconhecer e assumir a identidade vocacional da vida laical como uma forma própria e específica de ‘viver a santidade batismal a serviço do Reino de Deus’ (DAp, n. 184)”.

Mas... o que significa ser discípulo missionário de Jesus Cristo? Como podemos fortalecer essa consciência? O capítulo IV do Documento de Aparecida parece nos oferecer algumas indicações preciosas. A primeira é que somos chamados ao seguimento de Jesus Cristo, chamado que tem uma grande novidade: Jesus convida-nos a encontrar com Ele e que nos vinculemos estreitamente a ele: “O discípulo experimenta que a vinculação íntima com Jesus no grupo dos seus é participação da Vida saída das entranhas do Pai, é formar-se para assumir seu estilo de vida e suas motivações (cf. Lc 6,40b), correr sua mesma sorte e assumir sua missão de fazer novas todas as coisas” (Documento de Aparecida 131). Poderíamos nos perguntar: estamos, de fato, assumindo o estilo de vida e as motivações de Jesus? Estamos dispostos a correr sua mesma sorte e assumir sua missão?

A segunda indicação aponta para a resposta a esse chamado: “A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão a toda a sua pessoa ao saber que Cristo o chama pelo nome (cf. Jo 10,3). É um ‘sim’ que compromete radicalmente a liberdade do discípulo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro ‘até o extremo’ (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: ‘Eu te seguirei por onde quer que vás’ (Lc 9,57)” (Documento de Aparecida 136). O quanto comprometemos nossa liberdade? O quanto nos fazemos parecidos com o Mestre?

A experiência do encontro (chamado-resposta) com o Senhor não se esgota em si, mas pede ser compartilhada. Somos enviados a anunciar o Evangelho do Reino da Vida, vocacionados a ser catequistas, a fazer ecoar a Palavra de Deus. “Quando cresce no cristão a consciência de pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro. A missão não se limita a um programa ou projeto, mas é compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8).” (Documento de Aparecida 145) Vocação e missão andam mesmo de mãos dadas em nossas vidas? Compartilhamos a experiência que fazemos?

Levar a cabo essa missão, por sua vez, só é possível aos que, animados pelo Espírito, propagam o mistério salvífico do Senhor, decidem-se corajosos pela evangelização e continuam a obra do Messias. “(...) pela presença eficaz de seu Espírito, Deus assegura até a parusia sua proposta de vida para homens e mulheres de todos os tempos e lugares, impulsionando a transformação da história e seus dinamismos. Portanto, o Senhor continua derramando hoje a sua Vida pelo trabalho da Igreja que, com ‘a força do Espírito Santo enviado do céu’ (1Pd 1,12), continua a missão que Jesus Cristo recebeu de seu Pai (cf. Jo,20,21).” (Documento de Aparecida 151) O quão dóceis somos à ação do Espírito? Deixamo-nos ser conduzidos por Ele?

Ora, não obstante a extensão dessa consciência do discipulado missionário emanada do Batismo, o terceiro objetivo específico do 3º Ano Vocacional do Brasil ainda ressalta a importância da identidade vocacional laical como jeito próprio de se viver essa vocação. Cristãos leigos e leigas, na Igreja e na sociedade, são a alma do mundo, como tão bem nos indicou o Concílio Vaticano II: “Cada um dos leigos deve ser, perante o mundo, testemunha da ressurreição e da vida do Senhor Jesus e sinal do Deus vivo. Todos juntos e cada um na medida das suas possibilidades devem alimentar o mundo com frutos espirituais (cf. Gl 5,22) e infundir-lhe o espírito que é próprio dos pobres, dos mansos e dos pacíficos, daqueles que o Senhor no Evangelho proclamou bem-aventurados (cf. Mt 5,3-9). Numa palavra ‘o que a alma é no corpo, sejam-no os cristãos no mundo’” (Lumen Gentium 38).

Oxalá fortaleçamos essa consciência!

Frei Tailer Douglas Ferreira, OSA Promotor Vocacional

-Texto publicado na coluna PRO-VOCAÇÃO do Jornal Inquietude On-line, de maio de 2023.

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