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out/22

Celebrar as juventudes…viver, festejar, esperançar!

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 “E o verbo se fez carne.” (Jo 1,14) É sob essa inspiração do Evangelho de João que nossas comunidades eclesiais missionárias Brasil afora celebram o Dia Nacional da Juventude 2022. A data, fixada no quarto domingo do mês de outubro, foi instituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1985, ocasião em que se celebrava o Ano Internacional da Juventude (ONU). De lá para cá, muitas têm sido as iniciativas para se festejar esse dia: encontros, caminhadas, gincanas, retiros, celebrações etc. Em nossa Província, paróquias e centros educativos, com criatividade e ousadia,  mobilizam-se para celebrar esse dia!

Mas que sentido tem celebrar as juventudes? Que motivos temos para celebrar? Com o que e com quem nos compromete um Dia Nacional da Juventude? Talvez, o primeiro motivo/compromisso dessa celebração seja a própria vida. Sim, parece óbvio, mas se estamos vivos já temos motivos de sobra para celebrar. Saindo de uma pandemia mundial que ceifou mais de 6,57 milhões de vidas, vivendo num país em que a cada 17 minutos um jovem é assassinado e que cerca de 2 milhões de meninas e meninos de 11 a 19 anos deixaram a escola, celebrar a vida é gritar contra toda essa cultura de morte que nos oprime. É dizer e cantar que “a vida é bonita, é bonita e é bonita”! E que por isso a defendemos, dela cuidamos e nada nos fará perder esse horizonte! Porque, sem vida, não somos!

Outro motivo/compromisso dessa celebração é a própria festa! Vivemos tempos tão acelerados, marcados pelo desempenho e o cansaço, que, como aponta o filósofo Byung-Chul Han, perdemos o tempo da festa! “A sociedade do cansaço atual faz o próprio tempo de refém. Ela o acorrenta ao trabalho e o transforma em tempo de trabalho. O tempo do trabalho é um tempo sem conclusão, sem início e sem fim. Ele não exala [nenhum aroma]. A pausa não marca, como pausa do trabalho, um outro tempo. Ela é apenas uma fase do tempo de trabalho. Hoje, não temos nenhum outro tempo senão o tempo do trabalho. O tempo do trabalho se totaliza com o tempo. Perdemos há muito tempo o tempo da festa.”[1] Pelo valor sagrado da festa é que festejamos! Porque, sem festa, não somos!

Por fim, celebramos as juventudes por acreditar no futuro! Esse motivo/compromisso coloca nossa celebração na ótica da esperança. Aquela esperança do verbo esperançar que já nos ensinava Paulo Freire. Uma esperança que não dá as costas ao presente, mas se encarna – “E o verbo se faz carne” – e sente, na carne, as dores, angústias, ansiedades e medos do nosso tempo.  Discípulos e discípulas de uma Esperança que não decepciona (cf. Rm 5,5), lançamo-nos na construção de projetos de vida transformadores! Porque, sem futuro, não somos!

Que a celebração do DNJ 2022 ofereça a todos nós, e de maneira muito especial aos nossos jovens, essa oportunidade de viver, festejar e esperançar! Essa oportunidade de redescobrirmos cada vez mais nossa vocação! Essa oportunidade de SER!

Frei Tailer Douglas Ferreira, OSA

*Texto publicado na coluna PRO-VOCAÇÃO do Jornal Inquietude On-line, de outubro de 2022.

Foto: DNJ Fortaleza 2022

[1] HAN, Byung-Chul. Favor fechar os olhos: em busca de um outro tempo. Petrópolis: Vozes, 2021, p. 32-33.

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