O Convento de Santo Agostinho em Sevilha, livro publicado pelo Frei Jesús Manuel Gutiérrez Pérez, OSA, destaca a presença dos agostinianos em Sevilha, na Espanha. A publicação analisa a vida e o apostolado da Ordem de Santo Agostinho na cidade ao longo de 500 anos.
O Convento de Santo Agostinho em Sevilha é uma das mais antigas fundações da Ordem de Santo Agostinho na Espanha. Sua origem remonta ao final do século XIII.
Os documentos históricos mais antigos datam de 1292, quando uma família de Sevilha doou aos agostinianos alguns edifícios, perto da Puerta de Carmona, fora dos muros da cidade, que serviam de residência para a comunidade.
Os religiosos permaneceram neste local até a desapropriação de 1835. Por isso, o título do livro é "O Convento de San Agustín de Sevilla (1292-1835). "
"O objetivo principal desta publicação é dar a conhecer alguns aspetos do antigo convento de Santo Agostinho em Sevilha. Depois de passar muitos anos coletando informações sobre o convento, agora quero compartilhá-las com outras pessoas", disse.
Hoje, este mosteiro é relativamente desconhecido dos sevilhanos e dos agostinianos: "Com esta obra procuro recuperar, na medida do possível, a memória desta instituição. No convento de Santo Agostinho, em Sevilha, viveram alguns frades agostinianos que mais tarde foram elevados aos altares, como Santo Tomás de Vilanova, Santo Alonso de Orozco ou o bem-aventurado Pedro de Zúñiga."
Santo Tomás de Vilanova serviu como prior provincial da Província da Andaluzia no período de 1527-1529. Durante os anos em que ocupou o cargo de provincial, sua residência oficial foi justamente o convento de Santo Agostinho, em Sevilha.
No caso de Santo Alonso de Orozco, o livro conta que foi nomeado prior do convento de Santo Agostinho, em Sevilha, em 1541, e que ocupou esse cargo de responsabilidade durante quatro anos (1541 a 1545).
Sobre o bem-aventurado Pedro de Zúñiga, filho ilustre do convento de Santo Agostinho de Sevilha, a publicação relata que ele esteve nas Filipinas e ali desenvolveu seu trabalho apostólico por vários anos. Mais tarde, ele foi evangelizar no Japão, numa época de forte perseguição religiosa contra os cristãos. No Japão, ele foi condenado à morte e queimado vivo na cidade de Nagasaki em 19 de agosto de 1622. Ele foi beatificado pelo Papa Pio IX em 7 de julho de 1867.
"Um tema ao qual dei grande importância foi o patrimônio artístico do convento", diz o Frei Jesús Manuel, "já que as diferentes comunidades contrataram artistas importantes e acumularam inúmeras obras de arte ao longo dos séculos".
Muitas obras de arte desapareceram. Entre os que se conservam, há treze pinturas que Bartolomé Esteban Murillo pintou para o convento, embora estejam espalhadas em vários museus.
Outro tema abordado no livro é a religiosidade popular, que historicamente teve grande relevância no convento. Assim, na igreja do mosteiro agostiniano, por exemplo, era venerado o Crucifixo de Santo Agostinho. Alguns autores que estudaram a história desta figura crucificada afirmam que ela ocupou o primeiro lugar na devoção deste povo nos séculos XVI, XVII e XVIII. De fato, um autor moderno o chamou de “o Cristo de Sevilha” daqueles séculos.
O Crucifixo de Santo Agostinho foi escolhido pelo capítulo eclesiástico de Sevilha para fazer parte da exposição “Sedes Hispalensis, Fons Pietatis”, “A Catedral de Sevilha, Fonte de Piedade”. Uma exposição que poderá ser visitada de 3 de novembro a 20 de dezembro de 2024, por ocasião da celebração do II Congresso Internacional de Fraternidades e Piedade Popular.
Ao longo dos séculos, as pessoas recorriam a ele em tempos de calamidade para pedir ajuda divina. Na exposição, a imagem sagrada do Santo Crucifixo de Santo Agostinho estava na seção das procissões rogatórias. Naqueles dias ele estava na capela de São Pedro, na catedral de Sevilha.
O livro, publicado pela Editorial Agustiniana e pode ser adquirido no site da editora.
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