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dez/24

Vocação: reconciliação e esperança

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O Papa Francisco abrirá, em Roma, a Porta Santa, neste dia 24 de dezembro, iniciando a celebração do Jubileu de 2025 anos da encarnação do Verbo Divino. A celebração dos jubileus remonta à tradição bíblica, conforme podemos encontrar no livro do Levítico (cf. Lv 25). O chamado ano da Graça do Senhor, era uma oportunidade para o reestabelecimento da paz e da harmonia entre as pessoas e com a criação. Um verdadeiro convite à reconciliação. Já, na história da Igreja, o primeiro jubileu foi convocado pelo Papa Bonifácio VIII, em 1300. E de lá para cá, ora de 50 em 50, ora de 25 em 25 anos, a celebração do Jubileu tem sido uma experiência bastante mobilizadora de toda a Igreja. Impossível não recordar do que significou o Jubileu dos anos 2000, por exemplo.

Para este ano de 2025, o Papa Francisco propôs-nos como mensagem central a esperança. Na Bula Convocatória do Jubileu “Spes non confundit” (A esperança não engana), a partir da citação retirada da Carta de São Paulo aos Romanos (cf. Rm 5,5), o Papa expressa seu desejo de que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança: “Todos esperam. No coração de cada pessoa, encerra-se a esperança como desejo e expetativa do bem, apesar de não saber o que trará consigo o amanhã. Porém, esta imprevisibilidade do futuro faz surgir sentimentos por vezes contrapostos: desde a confiança ao medo, da serenidade ao desânimo, da certeza à dúvida. Muitas vezes encontramos pessoas desanimadas que olham, com ceticismo e pessimismo, para o futuro como se nada lhes pudesse proporcionar felicidade. Que o Jubileu seja, para todos, ocasião de reanimar a esperança!”

essas ideias duas ideias - reconciliação e esperança - parecem-nos

Assim, de tal modo envolvidos na preparação e celebração de mais esse Ano Santo, essas duas ideias – reconciliação e esperança – parecem-nos intuições preciosas para nossa missão de animadores e animadoras vocacionais. O discernimento da própria vocação, passa inevitavelmente pelos caminhos da reconciliação e da esperança. Para reconhecer-se chamado por Deus, em sua própria história pessoal, é fundamental reconciliar-se consigo mesmo, com sua trajetória, cheia de marcas, feridas, desajustes, imperfeições; mas também cheia de belezas, de conquistas, de acertos, de potencialidades. Esse olhar misericordioso sobre si mesmo, que é o olhar de Deus sobre nós, é o passo seguro para o descortinar da esperança, dessa expectativa, desse acreditar mesmo quando tudo parece indicar o contrário. O coração só é capaz de esperançar quando estamos em paz com ele.

Talvez, discernir a vocação – e acompanhar outros nesse caminho – seja uma incansável busca por essa paz do coração, esse repouso de que nos falou Santo Agostinho em suas Confissões (Cf. Confissões I,1,1). Seria isso algo tangível? Ou apenas um arranjo discursivo? De certa forma, já experimentamos essa paz, quando reconciliados, esperançamos o futuro de Deus. Mas, como somos peregrinos – e a tal estamos chamados nesse jubileu, a ser peregrinos de esperança – há um caminho longo por fazer. Entre erros e acertos, sucessos e fracassos, na salutar tensão da vida, vamos descobrindo o que Deus quer de cada um de nós, qual o nosso lugar no mundo, como somos felizes e como podemos fazer os outros felizes também. Pra hoje talvez seja tão somente um pedido de desculpas, um abraço de perdão. E por que não? É Ano Santo! É Jubileu! É tempo de Reconciliação! É tempo de Esperança! Isso é Vocação!

Frei Tailer Douglas Ferreira, OSA
Mestre de Aspirantes e Pré-noviços

Artigo publicado na coluna Pro-vocação, do Jornal Inquietude On-line, edição de dezembro de 2024.

Imagem de capa: Freepik

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