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dez/22

Vocação: graça e missão!

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O 3º Ano Vocacional do Brasil, como mencionado em nossa última ProVocação, foi aprovado, por unanimidade, em 2021, durante a 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A partir de então, iniciou-se uma ampla consulta aos organismos vinculados à Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada de possíveis temas, a fim de nortear os trabalhos. Inspirada no Documento Final do Sínodo dos Bispos sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” e considerando as sugestões e reflexões nas várias reuniões, a Comissão escolheu como tema “Vocação: Graça e Missão” e como lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33). Intimamente vinculados, é quase impossível versar sobre o tema sem fazer referência ao lema e vice-versa. Mas, para efeitos de aprofundamento da riqueza de ambos, vamos, neste mês, nos debruçar sobre o tema, deixando o lema para o mês que vem.

O tema “Vocação: Graça e Missão” se fundamenta na afirmação de que “a vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade”, conforme o Documento Final do Sínodo dos Bispos (n. 78). O texto bíblico iluminador “Jesus chamou e enviou os que Ele mesmo quis (cf. Mc 3, 13-19)” ajuda a aprofundar que “a origem, o centro e a meta de toda vocação e missão é a pessoa de Jesus Cristo” (Texto-base do 3º Ano Vocacional, n. 82). Não obstante, é no binômio “graça e missão” que a Vocação encontra seu pleno sentido. Não dá para entender a Vocação, senão como dom de Deus. Mas igualmente não a entendemos, senão como compromisso nosso. Vocação é, portanto, dom e compromisso!

Mas sobre o que estamos falando quando falamos de graça? E de missão? Segundo o Catecismo da Igreja Católica, “a graça é o favor, o socorro gratuito que Deus nos dá, a fim de respondermos ao seu chamamento para nos tornarmos filhos de Deus, filhos adotivos participantes da natureza divina e da vida eterna” (n. 1996). E acrescenta: “a graça é uma participação na vida de Deus, introduz-nos na intimidade da vida trinitária: pelo Batismo, o cristão participa na graça de Cristo, cabeça do seu corpo; como ‘filho adotivo’, pode doravante chamar ‘Pai’ a Deus, em união com seu Filho Unigênito; e recebe a vida do Espírito, que lhe infunde a caridade e forma a Igreja” (n. 1997). Graça é, portanto, encontro, relacionamento. Graça é Deus conosco! É Deus em nós!

A missão, por sua vez, fundada no mesmo mistério trinitário, dele emana: “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na ‘missão’ do Filho e do Espírito Santo” (Ad gentes 2). A missão é comunicar um encontro, um relacionamento que encheu o coração, como bem nos recorda o Papa Francisco. “A proposta é viver a um nível superior, mas não com menor intensidade: ‘Na doação, a vida se fortalece; e se enfraquece no comodismo e no isolamento. De fato, os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança da margem e se apaixonam pela missão de comunicar a vida aos demais’. Quando a Igreja faz apelo ao compromisso evangelizador, não faz mais do que indicar aos cristãos o verdadeiro dinamismo da realização pessoal: ‘Aqui descobrimos outra profunda lei da realidade: A vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros.” (Evangelii Gaudium, 10) Missão é, portanto, saída, entrega. Missão é Deus conosco! É Deus em nós!

E será assim, num diálogo fecundo entre Graça e Missão, que colheremos bons e saborosos frutos deste 3º Ano Vocacional! Vamos!?

Frei Tailer Douglas Ferreira, OSA

*Texto publicado na coluna PRO-VOCAÇÃO do Jornal Inquietude On-line, de dezembro de 2022.

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