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03
jul/24

SOTER e o 36º Congresso Internacional

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A Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER) realizou, na PUC Minas, em Belo Horizonte, nos dias 9 a 12 de julho de 2024, mais um Congresso Internacional híbrido. Presencialmente, foram em torno de 100 participantes, entre associados e convidados. O evento foi dinamizado com palestras e oficinas temáticas, além de lançamentos de livros e premiações.

O Congresso trabalhou, a partir das palestras, a seguinte temática: Economia e Inteligência Artificial. Desafios à sociedade e à religião. Tudo contribuiu para compreender os desafios que temos que enfrentar, cada vez mais, na atual sociedade e na Igreja. Comentou-se a respeito do processo de monopolização da cultura humana em forma digital; de como o ser humano vive aprisionado em “latifúndios digitais” ou “bolhas digitais”; como as plataformas digitais, os novos areópagos são espaços público-privados, “shopping centers digitais” – realidades inegáveis e poderosas na influência sobre toda a humanidade. E são controladas por grandes empresas privadas internacionais – por exemplo: a Microsoft; a Alphabet (dona do Google e do YouTube; a Amazon e a Apple). Empresas que visam aos lucros dos capitalistas/acionistas, através da mercantilização dos indivíduos, das famílias... dando rumo para a cultura, a economia, a política, a religião etc. Existem os oligopólios digitais onde são fornecidos serviços, produtos, relações humanas e sociais. Criando uma dependência do ser humano muito forte quando se tem que fazer opções, conviver e trabalhar.

Também se debateu sobre o mito de a Inteligência Artificial ser capaz de realizar o trans-humanismo – isto é, acredita-se que os seres humanos poderão viver uma condição de pós-humanos – no sonho de uma vida mais perfeita ou até sobrenatural. Lógico, isso para os que afortunadamente têm poder e riqueza. Os pobres, vale dizer, os fracos e excluídos seguirão no “vale de lágrimas”. Mais uma vez o mito idolátrico leva a humanidade à tentação do crer e buscar no interior da história o que é impossível, e que exige o sacrifício de vidas humanas e da natureza.

Enfim, o Congresso apresentou vários desafios para a humanidade a partir de agora, quando se trata das transformações e das questões que surgirão com o avanço da tecnologia digital ou das máquinas inteligentes. Isso não só para a sociedade, mas também para a evangelização. O problema é como enfrentar a hegemonia das tecnologias digitais que vão transformando a subjetividade humana e a realidade societária e planetária.

Diante do colonialismo dos dados, que dizem respeito a valores, conhecimentos e outros da humanidade, pelo poder da inteligência artificial, fica a tarefa, o compromisso, a responsabilidade de seguir trabalhando pela garantia de uma humanidade que promova e defenda mais humanidade para todos da Terra. A Inteligência Artificial não pode se colocar como uma deusa toda poderosa que sirva à ideologia e à política de um sistema totalitário excludente – como ocorre com o capitalismo neoliberal que é canibal e genocida, e hoje globalizado.

Frei Luiz Augusto de Mattos, OSA
Artigo publicado na coluna Pé no Chão, do Jornal Inquietude On-line, edição de julho de 2024.

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