O mês de outubro é dedicado à reflexão, oração e compromisso com as missões. A Igreja é essencialmente missionária, como afirma Paulo VI na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (EN 14). Toda pessoa batizada traz, na força de seu batismo, o gérmen da missão, tem “alma missionária”, como a conhecida canção que canta o anelo de anunciar: “Leva-me aonde os homens necessitem tuas palavras; necessitem teu desejo de viver, onde falte a esperança, onde falte a alegria, simplesmente por não saber de Ti”.
Onde quer que esteja, cada pessoa pode missionar, saber-se enviada, para fazer discípulas e discípulos missionários. Pois além das fronteiras geográficas, em terras distantes, há, muito próximas de nós, as periferias existenciais, realidades de pobreza e marginalização, com rostos concretos, histórias únicas, apelos urgentes, clamores que bradam aos céus.
Santa Terezinha, no silêncio do claustro carmelitano de Lisieux, sentiu-se impelida a participar com sua oração e seu ardente desejo do coração missionário da Igreja: “no coração da Igreja descobri minha vocação, o amor!”.
Nesse contexto, o Papa Francisco faz a todos nós o convite para caminharmos juntos numa maneira toda sinodal de a Igreja ser, na “comunhão, participação e missão”: “O caminho da sinodalidade é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio". Com esse refrão, o Papa abre neste mês o processo de preparação, vivência e compromisso em direção ao Sínodo dos Bispos de 2023. Todas as comunidades de fé, paróquias, dioceses, institutos e congregações religiosas são convocados para participar e apresentar suas reflexões, preocupações, inquietudes, sugestões.
Dessa maneira, a Igreja inteira se dispõe a renovar sua vocação missionária, buscando maneiras criativas para anunciar o Evangelho na época que nos toca viver.
A Província da Consolação se dispõe assim, de acordo com o espírito que a impulsiona desde sua criação, a ser sempre uma “Província em saída”. Dois são os campos missionários de fronteira de nossa Província: a Prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, na Região Amazônica, e Chapada do Norte, em Minas Gerais, no Vale do Jequitinhonha. Carinhosa saudação aos nossos Freis e suas equipes missionárias. Juntos vivamos a sinodalidade da Igreja com jeito agostiniano de caminhar.
*Texto publicado na coluna Reflexão, do Jornal Inquietude On-line, em outubro de 2021.
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